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sábado, 20 de abril de 2013

Tubarão (3)

Tubarão é um filme de 1975, dirigido por Steven Spielberg, então com 28 anos. É considerado o primeiro "blockbuster" do cinema ou seja, aquele tipo de filme que arrasta multidões as bilheterias. Em sua época foi o filme de maior renda arrecadando mais de US$ 470 milhões versus um custo total de cerca de US$ 9 milhões.

Baseado no romance de Peter Benchley, Jaws (título em inglês) se transformou em um clássico do cinema, mudando radicalmente esta indústria, que a partir dele passou a produzir filmes direcionados a grandes públicos, com investimentos e efeitos especiais cada vez maiores.

Os produtores Richard Zanuck e David Brown queriam para a direção o veterano John Sturges, responsável pela direção de vários filmes, incluindo "O Velho e o Mar". Felizmente o filme acabou indo para Spielberg, que lutou muito para ser escolhido.

Graças a insistência de Spielberg, que acreditava que para e estória ser mais verosímil, foram escolhidos alguns atores desconhecidos como Roy Scheider e Richard Dreyfus, que acabaram ficando famosos em Hollywood.

Tubarão tornou-se um clássico, ação, suspense e terror tudo isto em único filme. O grande mérito de Spielberg foi conseguir segurar a atenção do expectador todo o tempo: você não consegue ver o monstro durante a primeira metade do filme, você sabe que ele está lá, atacando, aterrorizando e matando, mas o que se vê são conflitos e interesses da população da pequena Amity e o egoísmo das autoridades locais na busca de vantagens econômicas. Já na segunda metade do filme, dentro de seu habitat, o tubarão é finalmente mostrado na caçada que é empreendida, mantendo o expectador ainda totalmente capturado sob a técnica do diretor em manter a atenção.


Steven Spielberg teve muitos problemas técnicos nas filmagens, principalmente com os três tubarões mecânicos usados, mas isto não foi suficiente para tirar o sucesso de público e de crítica que o filme recebeu e toda a merecida fama que acabou tendo após o trabalho.  
    


Spielberg


Steven Spielberg, nascido em 1946, é considerado o cineasta mais popular e influente da história do cinema, dirigindo em toda sua carreira quase 50 filmes. Seu primeiro longa metragem profissional foi o trabalho feito para a televisão chamado "Encurralado", que acabou sendo exibido em cinemas com relativo sucesso. Depois de Tubarão, o diretor colecionou seguidos sucessos, sendo indicado 12 vezes para o prêmio Oscar de Melhor Diretor, onde acabou ganhando com "A Lista de Schindler" em 1994 e com "O Resgate do Soldado Ryan" em 1999.

Como curiosidade, Spielberg é dono da peça original do famoso trenó Rosebud que aparece no filme "Cidadão Kane" que fará parte dos 100 filmes que eu vi...vi.

Sinopse

Após um ataque de um tubarão branco, o Chefe da Polícia da pequena cidade de Amity trava uma "batalha" com os inescrupulosos políticos e empresários, que não querem que ele feche a praia no feriado americano de 4 de Julho. Depois de outros ataques do tubarão, o xerife, junto com um pescador e um oceanógrafo, parte para uma caçada em alto mar. 



Minha cena

O Chefe Brody é obrigado pelos políticos de Amity a manter a praia aberta, inclusive com a "recomendação" que sua família deve ir a praia para demonstrar que o local é seguro. Monta um esquema de vigilância onde fica em um ponto estratégico de observação. A tensão vai crescendo com vários pequenos falsos alarmes da presença do tubarão, até que....  



A frase do filme

- Vamos precisar de um barco maior!
(Chefe Brody para o pescador Quint ao avistar pela primeira vez o tubarão) 




A Música do Filme

A trilha sonora de Tubarão foi assinada pelo maestro John Williams e recebeu o Oscar de Melhor Canção, tornando-se referência para cenas de aproximação de perigo.


Williams é um ícone da música no cinema e suas composições estão sempre relacionadas a filmes de sucesso. São de sua autoria as trilhas de: "Star Wars", "Contatos Imediatos de Terceiro Grau", "Superman, o Filme", "ET, o Extraterrestre", "Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida", "Jurassic Park". Recentemente  trabalhou com Spielberg na trilha sonora do filme "Lincoln".

Trailer oficial
   

Sequências... esqueça

Tubarão teve três sequências, nenhuma dirigida por Spielberg e todas totalmente descartáveis. Além disso, outros filmes surgiram na esteira do sucesso de Jaws, como Piranha e Orca, a baleia assassina. Fuja de todos, não perca seu tempo.  
 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Amadeus (2)

Amadeus é um filme de 1984, dirigido pelo checo Milos Formanbaseado na peça teatral de Peter Schaffer sobre a conturbada vida do compositor clássico Wolfgang Amadeus Mozart. 
A trama é narrada pelo também músico Antonio Salieri em flash backs.
Amadeus foi indicado para 11 Oscars e ganhou 8, incluindo melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro adaptado e melhor ator. Teve uma curiosa e inusitada indicação para a premiação do Oscar, tanto Tom Hulce (Mozart) como F. Murray Abraham (Salieri) concorreram ao Prêmio de Melhor Ator. Murray acabou levando e talvez esta tenha a sido a única vez que Salieri tenha suplantado Mozart.
Infelizmente, apesar das grandes atuações, os dois atores nunca mais atuaram em outro filme de expressão, ficando esquecidos com o passar dos anos.

F. Murray Abraham como Salieri
Tom Hulce como Mozart

O diretor Forman
Milos Forman, imigrou para os Estados Unidos em 1968, por ser contra o regime comunista da antiga Checoslováquia, então sob o domínio da União Soviética. 

Já atuava como diretor em seu país e na América além de Amadeus, dirigiu outros filmes de muito sucesso como a versão de "Hair" para o cinema e "Um Estranho no Ninho", que fará parte dos 100 filmes que eu vi...vi.



Amadeus é um excepcional filme, daqueles que é feito apenas de tempos em tempos, com locações maravilhosas, interpretações inesquecíveis, roteiro inteligentíssimo e direção primorosa. Um filme para ver, ter e rever.

A história - lenda?

Na vida real Salieri foi o compositor oficial da Corte de José II, imperador da Áustria e ocupou o cargo de Maestro da Orquestra Imperial de 1776 a 1824.

Mozart foi um dos maiores compositores de todos os tempos, escreveu mais de 600 músicas incluindo as famosas óperas "Don Giovanni", "As Bodas de Fígaro" e "A Flauta Mágica".
 
Lenda ou não, hoje ninguém sabe quem é ou conhece alguma composição de Antonio Salieri, enquanto Wolfgang Amadeus Mozart é reverenciado e amado como um dos maiores gênios da música de todos os tempos, mesmo tendo vivido tão pouco tempo (1756 - 1791).

O Teatro de Praga



Milos Forman conta que quando chegaram para ver o "Teatro di Praga", um dos últimos teatros de madeira da Europa e onde Mozart verdadeiramente regera pela primeira vez a Opera Don Giovanni, toda a equipe da filmagem se emocionou ao ver o local onde músico havia estado. Peter Schaffer, o autor do roteiro chegou mesmo a chorar.
  
- Graças a negligência dos comunistas, tivemos um local perfeito para rodar as cenas, sem utilizar um set preparado, uma verdadeira homenagem a Mozart -  concluiu Forman.

Sinopse

Antonio Salieri, já idoso e internado em um hospício, confessa a um padre como conheceu e conviveu com Mozart, relatando todo ódio e admiração que sentia pelo jovem músico, acreditando que a música de Mozart vinha de uma benção de Deus, a benção que ele nunca recebera, o que o atormentou por toda sua vida.


Minha cena

Mozart já está em agonia, próximo a morte, mas mesmo assim, Salieri continua incentivando-o a concluir sua última música, espantado com a beleza da composição que estava nascendo e que viria ser a Missa Fúnebre "Réquiem". Aos pés da cama, Salieri vai escrevendo freneticamente o que Mozart, juntando suas últimas forças, dita ou cantarola. Ao fundo, a música Réquiem vai crescendo e a cena se move para o enterro de Mozart. Fantástico!


A frase do filme

"...uma única nota, sem oscilação, até uma clarineta tomar o lugar transformando-a numa melodia de encanto inigualável...era uma música que eu jamais ouvira, repleta de tantos desejos não satisfeitos, pareceu-me estar ouvindo a voz de Deus. Mas por quê? Por que Deus escolheria uma ameaça obscena para ser Seu instrumento? - Salieri dizendo como conheceu Mozart

A marca do filme  

A famosa risada de Mozart no filme



A música de Mozart
 
Trecho de "Der Hoelle Rache" da Ópera a Flauta Mágica 




domingo, 14 de abril de 2013

O Poderoso Chefão (1)

  
Por que você foi a policia? Por que você não veio a mim primeiro?
Estas são as duas primeiras falas de Marlon Brando em O Poderoso Chefão (The Godfather) e que dão o tom inicial a um dos maiores filmes já realizados pelo cinema.

O Poderoso Chefão, feito em 1972, não é um filme de gangsters, é um filme de diálogos e através desses diálogos constroem-se uma trama incrível, contando a saga de uma família, cuja própria historia se mistura com a historia americana e que anuncia um fim de uma era.

O filme é daquelas coincidências que tudo que deveria dar errado, acaba dando certo, tornando algo destinado ao fracasso em um grande sucesso. Vejamos alguns dessas convergências:


Coppola dirigindo Brando
Francis Ford Coppola não foi a primeira escolha dos estúdios Paramount para a direção, antes dele haviam tentando o italiano Sergio Leone e o grego Costa-Gravas. 

Coppola, então com 33 anos,  também inicialmente não queria dirigir o filme, receando que poderia acabar fazendo uma apologia a Máfia, manchando assim sua descendência italiana. Foi George Lucas, seu amigo e diretor de “Guerra nas Estrelas” que o convenceu a aceitar o convite.  
 
Por falar em Máfia, que naquela época ainda era muito forte, conta-se que houve uma negociação para que a palavra Máfia não fosse citada no filme, sendo trocada pela palavra “Família”. 

Marlon Brando, já um ator decadente e com a fama de ser um ator difícil de dirigir foi imediatamente descartado pelo estúdio e somente com muita insistência de Coppola foi considerado para o papel que acabaria lhe dando o Oscar de Melhor Ator em 1972, mas que ele recusou, mandando em seu lugar uma índia para ler um protesto em defesa dos índios americanos.

Al Pacino, um ator de teatro totalmente desconhecido do cinema na época, também foi rechaçado pela Paramount, que queria Robert Redford para o papel, o que teria sido um absurdo daqueles que Hollywood comete de vez em quando, pois Redford tem o tipo físico de um irlandes quase vermelho, muito longe de parecer uma italiano mafioso.

Quando o filme foi lançado transformou-se rapidamente em um grande sucesso e o temor de Coppola foi confirmado: Don Vito Corleone e a Família, rapidamente foram considerados como heróis em um mundo de muita corrupção e pouco crédito as autoridades.    

Sinopse


Don Corleone sendo baleado em tentativa de assassinato

A mais poderosa família de gangsters de Nova York se vê ameaçada quando o seu chefe Don Vito Corleone sofre uma tentativa de assassinato. Através de seu filho caçula, Miachel Corleone, tenta se defender partindo para uma guerra sangrenta.
  




Trecho Inicial do Poderoso Chefão





A frase do Filme

Mantenha os amigos por perto. E os inimigos mais perto ainda - Don Vito Corleone

Minha Cena


Kay observa Michael
O Poderoso Chefão tem cenas inesquecíveis, memoráveis, mas como nessa sessão só cabe uma, escolhi umas das minhas preferidas: Kay, esposa de Michael, após uma discussão com o marido se convence que ele não é um assassino e sai para buscar uma bebida para brindarem. É quando ela vê, os membros da organização entrando por outra porta e respeitosamente, um a um, vão beijando a mão de Michael, o que simboliza o rito da aceitação do novo líder da organização. A partir daí, a imagem se volta para Kay, que apenas vê com extremo horror que tudo aquilo que temia estava acontecendo. Michael já não era Michael, ele agora era Don Corleone.

...e depois

O Poderoso Chefão teve duas sequências, Parte II feita em 1974, que é considerada uma das melhores continuações de um filme já feita. Em 1990, Coppola dirigiu a última parte da trilogia,, infelizmente muito inferior as duas primeiras e totalmente dispensável.