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domingo, 22 de setembro de 2013

O Sol é para todos (30)


"O Sol é para todos" (To kill a Mockinbird) é um filme de 1962, dirigido por Robert Mulligan e estrelado por Gregory Peck e Mary Badhan.
capa da última edição no Brasil
Baseado no livro com o mesmo nome, escrito por Harper Lee em 1960, vencedor do Prêmio Pulitzer e um sucesso instantâneo, se tornando um grande clássico da literatura americana.
O livro foi tão importante para a cultura americana, que acabou sendo leitura obrigatória nas escolas de ensino médio daquele país.
Para entender esta estória é preciso voltar à época em que o livro e o filme foram feitos. Em 1960, o preconceito racial nos Estados Unidos ainda era muito grande, Martin Luther King ainda não havia proferido seu famoso discurso "Eu tenho um Sonho" (1963) e somente em 1964 o então Presidente Lindon Johnson assinou a famosa Lei dos "Atos dos Direitos Civis", que culminou com o fim da segregação racial nos Estados Unidos. 
"To kill a Mockinbird" foi um marco para ajudar a acabar com a enorme injustiça que havia naquela época em que essa luta era muito difícil e aparentemente impossível de ser ganha.
Gregory Peck ganhou o Oscar de Melhor Ator e muito dos seus colegas em Hollywood disseram que ele havia interpretado a ele mesmo, considerando seu reconhecido caráter.


Atticus Finch


Mas a estória é muito mais de que um alerta contra o preconceito racial e todo mal que ele causa. É a estória de Atticus contada pela jovem filha: um homem honesto, calmo e controlado, cujas atitudes são sempre um modelo de honra, sensatez e justiça, um ideal distante do comportamento humano. Somos brindados com este personagem, que foi eleito o maior herói da historia do cinema americano. 
Atticus aceita defender um negro acusado de ter cometido um crime bárbaro e indagado por que fez isso, sua resposta foi calma e serena: "se não o fizesse, não conseguiria olhar para os meus filhos". Isso, mesmo sabendo que acabaria recebendo o mesmo tipo de ódio que era dirigido ao prisioneiro que iria defender. 
Outra cena que mostra o caráter e sua convicção de justiça e de fazer sempre o que é certo é quando ele se posta na frente da cadeia para impedir que os homens da cidade tomem a justiça pelas próprias mão e linchem o homem negro acusado de estrupo. Atticus impediu o crime, mas não salvou somente o prisioneiro, ele salvou também todos aqueles homens, agindo como a consciência deles ao impedir o bárbaro desfecho.
E assim é todo o filme mostrando alguém que realmente gostaríamos de ser ou de pelo menos conhecer. Como na clássica cena da saída do tribunal, todos deveríamos ficar de pé quando alguém como Atticus passasse por nós.


Sinopse

Em 1932 na fictícia cidade de Maycomb, o respeitado advogado e viúvo Atticus Finch cria seus filhos Jem e Scout com a ajuda de uma babá negra. A cidade e seus moradores são conhecidos através da visão infantil da pequena Scout, que vê no pai um herói, muito respeitado na cidade por sua forma de agir e ajudar todos os moradores. Tudo isso vai mudar, quando Atticus aceita defender o negro Tom Robinson, acusado injustamente de ter estuprado uma moça branca. A partir daí os Finch começam a ser hostilizados e pressionados em função do racismo da população do local.


Minha cena

O julgamento termina, Atticus sabe que uma injustiça foi cometida naquele tribunal. A pequena Scout está no local, junto com a população negra da cidade, que está separada dos brancos, conforme costume na época.
Esperam, de pé e respeitosamente a saída do advogado e quando ele se encaminha para a porta, o pastor fala para a menina:
- Srta. Jean Louise (Scout), levante-se, o seu pai está passando. 
Emocionante e que define claramente a figura de Atticus 

A frase do filme

"Preferia que você só atirasse em latas no quintal, mas sei que vai querer caçar passarinhos. Pode matar todos os gaios que quiser, se conseguir acertá-los, mas lembre-se de que é um pecado matar um pássaro imitador (mockingbird) ..."

O conselho dado por Atticus Finch para seu filho Jem, que na verdade é uma alegoria sobre a trama do enredo.


Trailer